Em 1913, irrompeu na mente de Melvin Jones, ao observar o ambiente em que se movimentava, a ideia de gerar uma organização que, para além de incrementar um convívio afável entre os seus associados, prestasse simultaneamente serviços de cariz humanitário em prol da sua comunidade, onde se testemunhavam gravosas desigualdades e carências a necessitar de auxílio e solução.
Após imensos contactos com os seus pares, que procediam de outros clubes congéneres, iniciaram-se conversações tendentes à possível formação de uma Associação de Clubes de Serviço.
Finalmente, no dia 7 de Julho de 1917, nasceu oficialmente, em Chicago, uma instituição inovadora que pretendia praticar e incentivar a solidariedade, sendo denominada “Associação de Lions Clubes”. Este projecto, acolhido com entusiasmo por todos os intervenientes, constituiu um autêntico “golpe de asa“, para usar um criativo dizer do nosso consagrado poeta Mário de Sá-Carneiro.
A selecção do nome Lions, proposto pelo próprio Melvin Jones, foi inspirado na heráldica, na arte, na produção literária, em que preponderava o leão como símbolo de força, de honorabilidade, de determinação, associado a uma figura majestática.
Em 1917, na primeira Convenção dos Lions, em Dallas, no Texas, o Presidente da Câmara ali presente afirmou, como que profetizando o futuro, que a organização dos Lions era constituída por “homens que não conhecem obstáculos”.
Decorrido algum tempo, começaram a surgir múltiplos clubes nos Estados Unidos, seguindo-se o aparecimento de um clube no Canadá, em 1920, facto que levou os então dirigentes a alterarem a designação da Instituição para “Associação Internacional de Lions Clubes”.
A partir desta marcante data, multiplicaram--se os clubes na América Latina, na Ásia e, ulteriormente, em 1948, na Europa, com um primeiro clube fundado na Suécia.
 
O Lionismo português tem a sua origem no Lionismo brasileiro, pois foi o então Embaixador do Brasil em Lisboa e Companheiro Lions, Negrão de Lima, quem inspirou o núcleo inicial do que viria a ser o Lions Clube de Lisboa.
Vale a pena lembrar os seus nomes: Mello Rego, Amadeu Gaudêncio, Bellard da Fonseca, João de Korth, Luís Lara, Luís Lupi, Pereira de Oliveira e Sam Levy. Num esforço conjugado de todos eles, resolveram fundar o Lionismo em Portugal através da criação do primeiro Lions clube, o Lions Clube de Lisboa, o Clube Mater de Portugal, o que veio a acontecer no dia 4 de Dezembro de 1953, cinco anos depois da introdução do Lionismo na Europa, sendo escolhido Luís Lupi para seu Presidente Fundador, e para seu Secretário o muito activo Sam Levy. Este clube seria o 50.º inscrito no Lions Internacional e o 15.º Europeu.
 
O impulso dado à fundação de novos clubes foi notório. Em Maio de 1966, acontece a fundação do LC do Funchal e, em Novembro do mesmo ano, é a vez da fundação do LC de Matosinhos, clube este que, a 13 de Dezembro de 1969, apadrinhou a Fundação do 8.º clube, o Lions Clube de Guimarães, no Mandato do Governador Alves Ferreira. Este clube, muito activo, fundou, por sua vez, oito novos Lions clubes: Braga, Bragança, Castelo Branco, Chaves, Cova da Beira, Mirandela, Murça e Vila Flor.